Com um início de argumento interessante, “Cópias – De Volta à Vida” (Replicas), a nova ficção científica estrelada por Keanu Reeves, infelizmente não encontra um bom fio condutor para colocar em cena todas as ideias promissoras da trama. O filme de sci-fi, que fica entre um drama familiar e uma saga de ação, não consegue decidir o tom da obra e nem apresentar uma boa mistura de gêneros.
Nas primeiras cenas acompanhamos o neurocientista William Foster (interpretado pelo carismático Keanu Reeves) em um experimento que tem como intenção transferir consciências de pessoas recentemente falecidas (“doadores”), para robôs.
Vemos o robô “rejeitar” a consciência transferida e se autodestruir, e de um momento de reclamação do chefe de William (John Ortiz), o filme repentinamente parte para o protagonista atrasado para uma viagem com sua família composta pela esposa e três filhos. É aí que a narrativa começa a se perder e nem mesmo a fama e carisma de Reeves é suficiente para salvar o roteiro cercado de incongruências.
Com uma breve e interessante discussão sobre a ética de transferir consciências humanas para robôs – que depois é esquecida – o diretor Jeffrey Nachmanoff fracassa em conduzir o filme em uma trajetória convincente e o resultado não é amarrado de forma adequada.
Durante a viagem, em uma tarde chuvosa, o carro com a família sofre um acidente e todos morrem – com exceção do cientista Will – que decide então, trazê-los de volta utilizando sua pesquisa para fazer o “upload” da consciência dos entes queridos e clonar seus corpos com a ajuda de seu amigo e colega de trabalho Ed (Thomas Middleditch). A questão é que Ed só tem três capsulas de clonagem e Will tem que escolher quem ele não irá “reviver”.
Do drama familiar a trama se torna, em um terceiro ato, um pretenso filme de ação, quando finalmente somos apresentados a um vilão que não convence muito. A produção conta ainda com um final discrepante com todo o resto apresentado antes, aparentemente uma tentativa de gancho para uma continuação.
“Cópias – De Volta à Vida” desperdiça atores e boas ideias, que infelizmente não são bem executadas no que poderia ser um préquel indireto de diversas obras de sci-fi que abordam o tema de transferência de consciências para maquinas ou cópias humanas. Uma oportunidade perdida que pode, talvez, entreter fãs mais tolerantes do gênero.
por Isabella Mendes
*Texto originalmente publicado no site CFNotícias.
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