Crítica: “Por Trás da Verdade”

Passada em maio de 2016, em Albany, Nova Iorque, a trama de “Por Trás da Verdade” (The Good Mother) nos apresenta a jornalista Marissa Bennings (Hilary Swank), que, enquanto vive o processo de luto pela perda do caçula Michael (Madison Harrison), toma a perigosa decisão de iniciar uma busca pela real identidade do assassino.

Para isso, contará com a ajuda da namorada do filho, Paige (Olivia Cooke). Grávida, a jovem procura Marissa para tentar levar a gestação adiante sem maiores problemas, uma vez que assim como seu falecido parceiro, é usuária de drogas e não tem como manter-se em segurança e saudável por conta própria.

E a dependência química parece ser o motivo pelo qual aconteceu o assassinato em questão, já que Michael, supostamente, estava envolvido com a distribuição de uma droga adulterada, com poder destrutivo ainda maior do que as que já dominam o mercado legal de entorpecentes.

Às margens da ação, está o primogênito da protagonista, Toby (Jack Reynor), que mostra-se o contrário do irmão problemático, atuando como policial local e tendo um casamento que aparenta solidez.

Com apenas um suspeito na mira – Ducky (Hopper Penn), amigo e fornecedor de drogas de Michael e Paige – Marissa se embrenha nesse mundo obscuro do tráfico, com o intuito de descobrir a real motivação e o responsável pelo crime. Simultaneamente, trava uma batalha silenciosa contra si própria e seu grave problema com álcool – agravado pela pressão da perda e dúvidas quanto ao caráter do filho.

Dirigido por Miles Joris-Peyrafitte (que também escreve o roteiro junto a Madison Harrison), “Por Trás da Verdade” não se encaixa exatamente no gênero thriller (embora tenha grande inclinação para isso), sendo mais adequado encará-lo como um drama familiar envolvendo uma investigação.

O que significa que, mesmo havendo algumas reviravoltas (que transitam entre óbvias em boa parte do tempo, e eficazes em especial próximo ao final da produção), as sequências mais interessantes são as que mostram o quanto a vida de Marissa sofrerá mudanças, não só pela partida inesperada do filho – com que, aliás, nem matinha um bom relacionamento -, mas também com a chegada da nora e de um futuro neto.

Assunto difícil de ser trabalhado, o consumo de drogas ilícitas costuma render grandes debates e, existem pontos no longa que podem, sem dificuldade, gerar mais alguns. Como as pessoas vão enxergar certas decisões criativas dependerá de suas opiniões prévias e respeito do tema, o que pode levar “Por Trás da Verdade” a ter as mais diversas interpretações e/ou avaliações.

por Angela Debellis

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.

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