Quando penso em Transformers, tenho ótimas lembranças de minha infância – seja graças às muitas horas passadas em frente à televisão, acompanhando as aventuras de Optimus Prime e companhia, ou à saudade dos momentos em que, no meio da sala de casa, eu criava meu próprio planeta Cyberton, enquanto manipulava carrinhos de brinquedo que se transformavam em robôs (os quais, mesmo depois de tanto tempo, ainda tenho comigo).
Ou seja, ver esses personagens no cinema, tem sido uma grande satisfação para mim, há anos. Acostumada às simples animações televisivas, aprendi a gostar das produções live-action, inicialmente capitaneadas por Michael Bay e seu estilo grandioso (embora a presença de tantos personagens humanos sempre tenha me incomodado muito).
Mas, a verdade é que ter a chance de assistir a uma produção animada (embora com uma proposta visual tão diferente a moderna) fez reacender de vez minha fascinação por esse universo.
Em “Transformers: O Início” (Transformers One), a aventura não acontece na Terra, mas em Cybertron – em sua versão mais detalhada e ampla já feita. Lá conhecemos Orion Pax (voz de Chris Hemsworth na versão original e Mauro Horta na versão brasileira) e D-16 (voz de Brian Tyree Henry / Rômulo Estrela), Bots mineradores de energia, que não têm a capacidade de transformação.
A trama escrita por Andrew Barrer e Gabriel Ferrari ocorre após a grande guerra contra os invasores alienígenas Quintessons, quando o planeta – agora comandado pelo influente e bem visto pelo povo, Sentinel Prime (voz de John Hamm / Klebber Toledo) – sofre com uma grave crise na obtenção de Energon, o combustível que “alimenta” os Transformers.
Esse é o cenário no qual a dupla de protagonistas dará os primeiros passos para se tornar Optimus Prime e Megatron, as figuras emblemáticas aclamadas pelos fãs da franquia estabelecida até aqui. Enquanto um almeja um planeta com mais justiça para todos, o outro tem princípios calcados na vingança e na escalada ao poder. O que lhes confere posições distintas de herói e vilão.
No percurso de descobrimento, conhecerão outro elemento principal na narrativa: o simpático = e muito falante – B-127 (voz de Keegan-Michael Key / Marcus Eni), conhecido mais adiante como Bumblebee; e a engajada Elita-1 (voz de Scarlett Johansson / Camila Queiroz), cujas certezas sobre a vida e o destino serão postas à prova, no decorrer da obra.
Sob a direção de Josh Cooley e tendo Michael Bay como um de seus produtores, “Transformers: O Inicio” é simplesmente brilhante, em todos os sentidos. Do visual dos personagens (com nítidas mudanças que lhes conferem um aspecto mais jovial) ao argumento atraente do início ao fim, tudo parece se encaixar com perfeição, neste que tem tudo para ser, o primeiro capítulo de uma nova e bem sucedida franquia protagonizada pelos Autobots e Decepticons.
Como se tudo isso não fosse suficiente, ainda há espaço para duas cenas adicionais durante os créditos e uma ótima lição – que, convertida para relações humanas, mostra a força de uma história contada há tempos por robôs gigantes: “O que define um Transformer, não é o Cog em seu peito, mas a centelha que carrega dentro de si e o desejo de lutar por um mundo melhor”.
Imperdível.
por Angela Debellis
*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.
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