Aconteceu na manhã de hoje, na capital paulista, a Cabine de Imprensa seguida de Coletiva com elenco e equipe técnica de “Não se aceitam devoluções”. A comédia dramática chega aos cinemas em circuito nacional no dia 31 de maio, data em que você confere nossa Crítica Completa.
A produtora Walkíria Barbosa falou sobre o desafio de se adaptar a produção mexicana “No se aceptan devoluciones”, de Eugenio Derbez. Segundo ela, o título de maior bilheteria no México conta uma história que pode ser considerada universal, mas houve uma preocupação da equipe em aproximar elementos do público brasileiro, o que fez com que a trama ganhasse ares mais conhecidos da maior parte do público.
Sobre as locações, que se deram majoritariamente no Brasil (com algumas tomadas em Los Angeles), Walkíria contou que várias foram montadas em um mesmo imóvel que possuía vários salões com arquitetura distinta, o que possibilitou a criação de múltiplos cenários em um mesmo espaço, facilitando as filmagens e aproximando ainda mais o elenco, que chegava a passar mais de 12 horas por dia no local.
O diretor André Moraes comemorou a antiga parceria com a produtora e a longeva amizade com o ator Zéu Britto. Também afirmou não ter feito uso de referências específicas para criar a versão brasileira da narrativa, além de confessar a dificuldade em se fazer um remake de um filme de sucesso.
Manuela Kfouri faz sua estreia no cinema, dando vida à garota Emma. Em sua preparação para o papel, optou por não ver a produção original antes das filmagens, o que significa que todas suas nuances em tela são próprias, sem nenhuma tentativa de similaridade com o que foi feito antes.
Apesar de estreante, a jovem de 11 anos se mostrou muito segura ao relatar sua preparação para o trabalho, que incluía não apenas dizer o texto automaticamente, mas entender o que seria interpretado, para que pudesse viver a cena de maneira crível. Assim como ficou clara a sua satisfação em trabalhar com o elenco.
Por outro lado, o intérprete de Bob Gomez – melhor amigo do protagonista – Jarbas Homem de Mello assistiu à versão mexicana e se disse impactado pela história. Segundo ele, atuar ao lado de Leandro Hassum facilitou muito seu trabalho, uma vez que considera o colega genial. E após este que é seu segundo longa, mostrou grande interesse em participar de novas produções cinematográficas no futuro – o ator é mais conhecido do público de teatro.
Leandro Hassum, que faz o protagonista Juca Valente, contou que por pouco não participou do projeto. Quando recebeu o convite, estava com outro compromisso previsto que o impossibilitaria de protagonizar o filme. Sobre a “cara de Brasil” que a narrativa ganhou, afirmou achar importante trazer essa identificação para os espectadores, que acabam se harmonizando naturalmente com o que veem na tela.
Sobre a possibilidade de voltar sua já há anos consolidada carreira em comédia a títulos mais dramáticos, o ator foi sincero ao dizer que ama o que faz e que essa não é uma decisão programada, que optou por realizar apenas o que lhe der prazer.
Zéu Britto, em participação especial – e bem divertida-, lembrou-se do clima familiar que se instaurou no set durante as filmagens e confessou ter chorado com ambas as versões. (Nota: para quem não conhece a história, pode parecer estranho chorar em uma comédia, mas creia: isso é bem provável para os mais sensíveis).
Parte fundamental nos momentos mais dramáticos do longa, a atriz cubana Laura Ramos (que dá vida à Brenda, mãe de Emma) afirmou que a grande diferença em trabalhar no Brasil são os próprios brasileiros, que estabelecem algo de especial no país e que por causa de sua recepção acalorada e amorosa a fazem lembrar-se de seu país natal. Seu trabalho mais recente em Cuba é a série “Quatro Estações em Havana”, produção original da Netflix, criada a partir dos livros de Leonardo Padura – que também é um dos roteiristas da adaptação televisiva.
Crédito da foto: Angela Debellis.
por Angela Debellis
*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.
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